O Barco de Milhões de Anos

“Não vamos às estrelas, baby” — assim começou o discurso do capitão. “Em vez disso, vamos impedir que o inimigo vá.” Os soldados, irrequietos, nada perguntaram. Era bom saber que os capitães e coronéis sabiam o que fazer. Pena que não soubessem. “Ordinário, marche!” E a tropa adentrou o deserto em busca do inimigo impossível, marchando deze­nas de léguas sob o sol cada vez mais forte, até cada um deles cair, de fome e sede ou trucidado em conflitos previsíveis diante do desespero. Na verdade […]

Tradução: A Vinda do Verme Branco, 3 (C. A. Smith)

Ele teria fugido da casa, sabendo que sua magia era totalmente ineficaz contra aquilo. Mas compreendeu que a morte estava na exposição direta aos raios do iceberg e que se deixasse a casa ele forçosamente entraria naquela luz fatal. E também compreendeu que ele só, entre os que viviam naquele trecho de lito­ral, tinha sido excluído da morte. Não podia supor a razão de sua exceção, mas concluiu por fim que era melhor permanecer paciente e sem medo, à espera do que lhe devesse acontecer. […]

Não Tenho Mais Medo de Andar na Contramão

Compartilharam no Facebook o conselho dado por dois autores americanos (de que nunca ouvi falar) segundo o qual devemos perder o medo de escrever sobre “what we don’t know”. Os demônios da tradução criaram a ambiguidade entre “saber” e “conhecer” e assim surgiu um ótimo tema para debate. Em inglês tal conversa seria impossível, pois os dois verbos se amalgamam em um único. Mas em português há uma rica semântica na oposição deles, e podemos tergiversar sobre o proveito de escrever sobre o que não […]