Falácias do Hermano do Herbert Sobre o Marido da Joelma

O artigo que motivou esta resposta já não se encontra on-line, apesar do conselho de Tim Berns-Lee, mas eu mantenho aqui o que escrevi porque ainda acredito que seja relevante.

Chimbinha me deu de presente seu CD solo, chamado Guitarras que Cantam, hoje uma raridade que deveria ser relançada para os fãs conhecerem suas origens. Era um disco de guitarrada, claramente herdeiro das invenções dos mestres Vieira e Aldo Sena, que foram muito populares em toda a Amazônia no início dos anos 80, antes da febre da lambada. Sou fã de guitarrada — então foi fácil ficar fã do Chimbinha. As músicas Dançando Calypso e Na Levada do Brega, que abrem o Guitarras que Cantam, estão entre as minhas favoritas de todos os tempos.

Nada como começar com um elogio totalmente despropositado. Quem musicalmente é o Chimbinha para que um crítico diga que duas de suas músicas são suas “favoritas de todos os tempos”? Esse elogio não pode ser sincero ou então o Hermano Vianna é um imbecil que praticamente nunca ouviu música. Chimbinha ainda tem que comer muito pato no tucupi para pôr duas de suas músicas entre as favoritas de todos os tempos de alguém que entenda de música.

Não estou desmerecendo o talento de Chimbinha, apenas lembrando que ele é guitarrista no mesmo planeta onde já existiram ou ainda existem Jukka Tolonen, Celso Blues Boy, Jeff Healey, Steve Morse, Richie Blackmore. Até Robertinho do Recife.

O brega, se ninguém ainda percebeu, é rock. Digo mais: é o mais amado e duradouro estilo do rock brasileiro. Tudo começou com a jovem guarda, e sua adaptação do rock internacional para o gosto popular nacional. Quando Roberto Carlos colocou em segundo plano as guitarras elétricas e se transformou em cantor romântico acompanhado por orquestras, a fórmula inventada pela jovem guarda se descentralizou, primeiro passando pelo Goiás de Amado Batista, depois pelo Pernambuco de Reginaldo Rossi, até chegar ao Pará do ex-governador Carlos Santos, também cantor brega, autor de dezenas de discos.

A Jovem Guarda foi uma porcaria melosa e sem raiz que apenas por exceção produziu algum artista de qualidade (mais por causa dos talentos dos artistas envolvidos do que pela qualidade do gênero). Hermano Vianna aponta com todas as letras o rumo (cada vez mais apelativo, popularesco e tosco) seguido pela degeneração da Jovem Guarda até desembocar, supostamente, no Calypso. E mesmo fazendo isso, ousa não botar o dedão na ferida.

Hoje Belém é a capital do novo brega. Centenas de CDs são lançados anualmente, a princípio para um consumo regional, mas que começa a atingir também o público nordestino. Os músicos locais já nem chamam o que fazem de brega, dizem que é “calipso”, música mais “sofisticada”.

Começamos pelo tradicional “Apelo ao povo” (se o povo gosta, então é bom) com o leve suporte do “Apelo ao poder” (se lança centenas de CD’s por ano, então é bom). A mudança de nome, uma decisão de marketing, é aceita como natural, mesmo que disfarce a origem impura do gênero.

Chimbinha, com 23 anos, tocou guitarra em mais de 200 CDs, só em 1997. É uma das maiores revelações entre novos músicos brasileiros de qualquer estilo, sendo herdeiro direto das invenções de Renato dos Blue Caps — que criou o chacumdum da guitarra brega ao ser obrigado a tocar num disco de bolero, sem saber tocar bolero — e das guitarradas de Vieira.

Ou seja, o precário, o ignorante, o mal-feito, se torna uma estética.

Posso falar alguma coisa? Legal, porque a nossa música paraense de hoje é uma mesclagem do ritmo calipso com o twist, na onda de Jerry Lee Lewis. A gente deu muita sorte, porque hoje essa mesclagem, graças a Deus, roda em dezessete estados brasileiros. Essas ondas todas aqui não têm nada de ridículo. É um papo dez, é uma mistura de Nina Hagen, com aquela onda dos Sex Pistols, do Pink Floyd, do Dire Straits, e aí eu peguei o Pepeu Gomes daqui do Brasil e fizemos essa onda: o negócio é sério. Sempre gostei de Elvis a Morengueira.

Eu queria saber o que cantor quis dizer com isso. O que ele vê de Jerry Lee Lewis no brega paraense, o que vê de Nina Hagen.

Existe uma concepção na “esquerda musical” brasileira segundo a qualquer tudo que seja misturado fica bom. Daí os cantores aprenderam que para ordenhar elogios da crítica musical basta introduzirem elementos aleatórios em suas música e citarem algumas referências cultas.

Este trecho é particularmente interessante porque embora Hermano Vianna tenha cultura musical suficiente para traçar a rota correta que liga a Jovem Guarda ao brega paraense, ele é suficientemente devotado a elogiar para engolir a balela do cantor parense que citou todos estes nomes do rock para ele.

Imagino que esse músico deve estar até hoje rindo da cara do Hermano Vianna, porque ouvir um descerebrado dizer isso e dar crédito é passar recibo de otário.

Era um tratamento de choque para a platéia paulistana, já um debate sonoro sobre o que é tradição musical no Brasil.

Expor o povo de São Paulo a doses maciças de música ruim de outras partes do Brasil com a desculpa de que “isso é Brasil” é mesmo algo análogo a tratamento de choque: busca remover as resistências do paciente e torná-lo dócil.

O telefonema, de madrugada (a hora mais fácil para encontrá-lo), durou horas. Chimbinha me contou tudo que havia acontecido desde a festa de lançamento do Música do Brasil. Falou de como perdeu todo o dinheiro que acumulou como músico de estúdio para manter a Banda Calypso nos seus primeiros anos, quando não tocava em nenhuma rádio nem era contratada para nenhum show. Ele mesmo percorria todas as rádios de poste (que têm alto-falantes espalhados nos postes das ruas de Belém) pedindo para suas músicas serem programadas. Foi por causa de um desses alto-falantes de rua que um organizador de shows de Marabá, de passagem por Belém, ouviu a Calypso e convidou a banda para uma série de apresentações no sul do Pará. De lá é que seguiu para Pernambuco, onde passou meses fazendo show diários por uma ninharia. O sucesso aconteceu aos pouquinhos, entre vários momentos de desespero.

Note que a argumentação, que inicialmente desdenhara da Banda Calypso agora começa a mencionar as agruras porque passou Chimbinha. Esta menção aos “tempos difíceis” do artista tem sempre o objetivo de preparar o leitor para sentir simpatia pelo elogiado da vez. Isto se chama “Apelo à misericordia”. Hermano Vianna sabe que a música da Banda Calypso é ruim, mas ele procura fazer com que gostemos dela através de nossa simpatia por alguém que sofreu lutando pelo que acreditava. Mais que isso, ao mencionar a falta de espaço na mídia, estamos usando a falácia do “apelo anti-autoritário”: aquilo que vai contra “o sistema” é bom.

Tais argumentos são bastante comuns, especialmente quando a música é ruim. Artistas que fazem música boa não costumam gostar de expor sua vida pessoal.

Eu respondi que a produção poderia tentar alugar um jatinho. Do outro lado da linha: “avião eu tenho, o problema é que lá não tem pista de pouso.” A ficha caiu: logo descobri com quem eu estava falando – não era mais aquele garoto de 23 anos só com uma guitarra na mão.

De novo o “Apelo à riqueza”. Depois de mostrar como Chimbinha sofreu quando era pobre, Hermano Vianna esfrega em nossa cara o quanto ele é podre de rico. Construindo a imagem de que ele é sucesso, poderoso, tenta convencer-nos a gostar de sua música.

Depois de ultrapassar a poderosa barreira de seguranças do condomínio Alphaville, cheguei numa mansão luxuosa, com colunas na porta. Dentro, só a família, os compositores e músicos que trabalham com a banda, o pessoal que cuida da agência pernambucana que vende os shows, e alguns amigos, como Zezé di Camargo.

De novo a exaltação da riqueza e do sucesso. Aliás, vocês notaram que Hermano agora quase não fala da música do Calypso? É claro que o que importa não é mais a arte, mas o produto oferecido.

Joelma e Chimbinha trouxeram um chef de Santarém — o melhor da culinária paraense, segundo o casal — para preparar o jantar com peixes frescos que chegaram na sua bagagem.

Claro, tinha que ser o melhor cozinheiro do Pará… E peixes frescos vindo de bagagem…

Mesa posta, Chimbinha veio me apresentar cada prato. Ele falava sobre detalhes da vida de cada peixe (“este aqui gosta de nadar perto das pedras”), que não eram os peixes óbvios de todo restaurante amazônico. Perguntei curioso, achando que era um hobby biológico: “mas como você sabe isso tudo?” A resposta veio natural, não era nada para causar espanto: “ora, eu vendia peixe na feira com meu pai.” Nova ficha caiu, dessa vez com peso de toneladas. Meus olhos lacrimejaram, pensei comigo contendo o choro: “outro dia ele vendia peixe na feira, agora está aqui numa mansão num condomínio em São Paulo, de um extremo a outro da injusta estrutura social do país, quase sem escalas, totalmente na marra… que símbolo incrível das mudanças pelas quais o Brasil está passando!”

Agora o apelo emocional foi intenso. Hermano até narra suas lágrimas, decerto querendo que choremos também, querendo que admiremos Chimbinha.

Outro componente importante aqui é a noção de que alguém que veio do povo precisa ser valorizado. Mais uma vez se apela ao acessório, em vez do essencial: estamos falando de arte ou de inclusão social? Estamos falando de política ou de música?

Pensei no Lula, que dorme hoje no Palácio da Alvorada, para incômodo de muita gente (incômodo parecido com aquele que gera o sucesso da Calypso…)

Agora Hermano Vianna quer nos fazer culpados: Em sua lógica torta, é errado, é até preconceito não gostar da Banda Calypso. Porque o sucesso do povo incomoda as elites. Este discurso de pseudo-esquerda justifica a má qualidade, aliás, a ignora, em nome de uma luta de classes cultural na qual o que importa é o homem do povo ganhar dinheiro e respeito da elite.

Fazer música que preste até nem importa.

Chimbinha se fez sozinho do lado de lá do cultural divide, sem gravadoras, sem televisão, sem elogios da crítica – eu mesmo, já fã, não tinha dado importância para a sua banda.

A legitimação pelo sucesso, argumentada por Hermano Vianna, nada mais é do que o conhecido apelo ao povo. Infelizmente a voz do povo não é a voz de deus: argumentos precisam de lógica e isso é algo que este texto nunca tem: o autor inventa desculpas e falácias para ter meios de falar bem de uma nulidade artística, tal como Caetano Veloso, no dia de sua morte cultural, elogiando a voz da Tiazinha (quem?).

Outros artistas das chamadas classes populares, para atingir o estrelato precisaram do apoio de mediadores de elite (mesmo Cartola “precisou” de Sérgio Porto…) — agora meu anfitrião estava inaugurando um outro caminho para o sucesso de massas, direto, sem o aval de ninguém do “centro”.

Interessante é que esta mediação da elite adicionava um polimento cultural ao talento natural. Cartola só foi autor de versos tão perfeitos porque convivia com pessoas que falavam bem e que lhe apresentavam trabalhos de qualidade, as referências psicodélico-roqueiras do começo da carreira de Jorge BenJor não estariam lá se ele não convivesse com pessoas de todos os ambientes. O que Hermano Vianna vê como uma descaracterização, os próprios artistas do passado viam como um processo enriquecedor no aspecto cultural, uma troca.

Justamente esta salutar troca de conhecimentos é o que Hermano Vianna vê como perniciosa. Para ele o bom é o bruto, o não polido, o rascunho. Qualquer tentativa de elaboração é uma “mediação da elite” e o artista do povo tem que ser aceito como é, tem que ser mantido em sua jaula de “autenticidade” seja lá para que estudo científico se queira.

Essa é uma novidade e tanto para a cultura brasileira. Que bom que as tais “elites” estão perdendo o controle.

Considerando que o termo elite tem mais de um significado, e no contexto pode ser visto como uma referência ao grupo seleto de artistas que fazem arte de qualidade, a frase é carregada de duplos sentidos pois não distingue seu alvo. Será que Hermano Vianna está se insurgindo contra a elite econômica ou o conceito de elite cultural? Ou algum outro.

E de que tipo de controle estamos falando? Está ele celebrando o fim do preconceito social no Brasil? Ou está celebrando o fim da valorização do verniz cultural que as elites aplicavam em nossa barbárie?

Chimbinha, também emocionado, me contou mais de sua história — a época que morou com sua mãe numa invasão em Belém, os maus tratos quando — aos 13 anos — tocava guitarra toda noite num cabaré e pedia para sua mãe para não voltar mais lá, mas sabia que não podia largar o “emprego” pois a família dependia daquele trocado para comer.

Como a musica é muito ruim, é preciso insistir muito no apelo emocional.

Os melhores amigos de Chimbinha em São Paulo são Zezé, Leonardo e Bruno (de Bruno e Marrone). Isto é: metade do PIB musical brasileiro hoje.

O uso da expressão “PIB musical” expressa muito bem os valores em nome dos quais Hermano Vianna escreve: temos um defensor do popularesco com a justificativa do apelo econômico. A busca da qualidade, definitivamente superada pelo gozo agressivo do dinheiro ganho com música. Não se trata mais de arte, mas apenas de um modo de ganhar dinheiro e poder.

Interessante que tenham se encontrado e que tenham amizade tão forte.

Na verdade é natural que se busquem. Estranho é quando alguém que supostamente tem cultura se mistura com eles.

Mas o sucesso não serve de blindagem contra o sofrimento e a dificuldade de ter que lidar com uma situação que sempre — repito: apesar do sucesso — insinua cruelmente que ocupam um lugar que não lhes é devido, que deveria ser ocupado por músicos com formação de “qualidade”.

Se o autor tivesse dito que o sucesso não implica em qualidade, aí teríamos chegado a algum lugar. Mas em vez disso ele prefere negar valor ao conceito de qualidade (o que é, afinal, qualidade diante da capacidade de ganhar milhões?).

Chimbinha passou o jantar me agradecendo por estar ali, por ter aceito o convite, por ter apoiado sua carreira, por ter colocado sua banda na televisão.

Ué? Mas o Chimbinha não fez sucesso “contra tudo e contra todos?” Aliás, e os shows em São Paulo quando ainda era desconhecido?

O pessoal que cuida da empresa que vende os shows da Calypso me confirmou: “às vezes chegamos numa cidade lá no interior do Tocantins — o show está lotado com o nosso público, mas o cara que aparece na TV e que não juntaria 100 pessoas tem o melhor cachê, o melhor camarim, é recebido pelo prefeito…

De novo o apelo ao povo. Quem enche estádio é que merece ser recebido pelo prefeito. A qualidade da arte envolvida não entra em questão. Se o sujeito enche estádio então é ele que merece ser recebido pelo prefeito.

É evidente, mais que evidente: o sucesso por si só não traz respeito.

Porque o respeito não advém do dinheiro ganho, mas de como se ganha o dinheiro. Sucesso obtido com música ruim é como dinheiro de crime: as pessoas podem até te invejar, mas não respeitam.

No final do jantar sentamos ao redor de um piano de cauda branco (igual ao do Elton John, igual ao do Leandro Lehart),

p>Fetichização ao extremo. Será que ter um piano de cauda branco na sala de alguma forma iguala Chimbinha e Elton John?

É já um outro tipo de relação com os compositores, contratados pelas bandas para escrever seus próximos sucessos. Todos são trabalhadores do pop: parece que têm o método para o sucesso de massa, para a canção que vai agradar a maioria. Imagino que a Motown também funcionasse assim.

De novo comparações incomparáveis. A gravadora Motown reuniu artistas de altíssimo gabarito, em um país encharcado de cultura musical. Os compositores contratados por Chimbinha e Cia. são pessoas sem muita formação e de pouca cultura artística e o seu trabalho não possui um sentido cultural. Mas essa observação pode ser meu preconceito. Talvez daqui a vinte anos estejamos encarando estes caras tal como hoje encaramos Stevie Wonder, Diana Ross, Michael Jackson, Isaac Hayes, etc…

Eu ia escutando as novas músicas e já podia ouvir as multidões cantando aos berros nos futuros shows lotados.

Para quem ainda não tinha aprendido o que era apelo ao povo.

Já repeti várias vezes aqui que não tinha muito interesse pela música da Banda Calypso, gostava do Chimbinha guitarreiro… Então valorizava mesmo o aspecto antropológico do sucesso, um sucesso bem diferente daquele que a indústria fonográfica tradicional produzia no Brasil. Mas este CD, o Volume 10, eu gosto, pra valer. Musicalmente. É um hit perfeito atrás do outro. Há poucas canções melhores de se ouvir no rádio do que “Mais Uma Chance”, cantada por Joelma e Leonardo. Quando ouço na rua, meu dia se alegra e saio cantando junto. A situação de amor descrita na letra também é cativante, no seu narcisismo calculadamente desamparado e espertamente ingênuo: “meu amor se eu fosse você, eu voltava para mim, eu viria me socorrer”. Um dia, quando um cantor chique fizer uma versão, todo mundo vai achar bacana… Mas é preciso tempo: o popular muito popular só se torna elogiável quando sua popularidade é coisa do passado, não é mesmo?

De novo um elogio exagerado, do tipo que nem chega a convencer. Como alguém que falou tão mal da Banda Calypso pode de repente dizer que seu dia se alegra e sai cantando junto quando ouve “Mais uma chance”?

Notem a sutil “piscada de olho” na última frase. Hermano Vianna está sugerindo que o tempo legitima o lixo musical. Talvez ele esteja precisando dar uma olhada nas listas de sucessos dos anos 60 e 70 e ver de quem nos lembramos e quem foi embora.

E se não fosse a determinação de gente como Hermano Vianna em elogiar lixos do passado, como Reginaldo Rossi e Carlos Santos, esse “popular muito popular” não chegaria a ser visto como elogiável.

É um estilo, objeto claramente identificável. A voz de Joelma tem calor e graça — entendo bem porque todas as crianças são apaixonadas por ela. E a guitarra do Chimbinha continua a tal. Ele me disse que ainda pretende gravar outro disco de guitarrada. Nem precisa: não há necessidade do Chimbinha me provar mais nada. Mas que seria bom ouvi-lo novamente em gravação solo, por puro divertimento, ou por egocentrismo meu, isso seria: fecharia um ciclo completo em minha vida. Mas de qualquer maneira: Salve Chimbinha! Salve Joelma! Os músicos mais populares no Brasil hoje! Quando vão ganhar a medalha do mérito cultural?

Ao ler este parágrafo eu me pergunto quanto Hermano Vianna ganhou para escrever essa merda. Ou o que foi que fumou… “Não há necessidade de Chimbinha provar mais nada, ouvi-lo em gravação solo seria puro divertimento, fecharia um ciclo completo em minha vida”… A intensidade dos elogios chega a dar calafrios, principalmente se temos em questão que o objeto de tais elogios é um compositor burocrático e nada original que produz sucessos comerciais do rádio. Chega a ser possível pensar em mais do que interesses comerciais, talvez até carnais, porque não é concebível que se elogie com tal desespero e com tal gana alguém que o próprio autor do artigo teve tanto trabalho para achar um jeito de gostar. Alguém que requereu tantas falácias e distorções cognitivas para vencer as resistências do autor do texto.

E para fechar com chave de outro, tasca lá outro apelo à popularidade, confundindo, como bom falacioso, valor artístico com “PIB musical”. De quebra ainda acha jeito de ver calor e graça no canto desafinado e cheio de calos nas cordas vocais que a Joelma desfila de forma até constrangedora pelos palcos.

Sinceramente eu não entendo como pessoas aparentemente cultas se prestam a tecer elogios assim para artistas que decididamente não os merecem.

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