Quando me lembro de escrever coisas bonitas,
Coisas que antigamente faziam mais sentido,
Entendo como mudei tanto e quantas vidas
Viveria se tivesse os meus versos cá comigo.
Neste fogo frio não vigoram mais ações antigas
Quando fecho os olhos, esqueço o que foi lido.
Então me lembro de escrever coisas bonitas
A minha mente vazia não vive nenhum rito.
Sem metáforas, portanto, eu fecho o livro
Que não escrevi, de tanto que ainda via
Murchar o mundo que eu conhecia.
Por aqui antigamente se estendia um fio,
O traço escuro que brotava de minha mão.
Depois me desliguei e resta esse vão.
Os pequenos sonhos todos aqui estão dobrados,
Não quero tocar neles mais, eles passaram.
Aquele eu não serei de novo, me mataram
Todos os vazios que nunca tive completados.