Tradução: A Vinda do Verme Branco, Índice (C. A. Smith)

“A Vinda do Verme Branco” (The Coming of the White Worm) é um conto de aproximadamente sete mil palavras publicado em abril de 1941, na revista Stirring Science Fictions. É um dos poucos textos de ficção publicados por Ashton-Smith após a morte de H. P. Lovecraft, seu mentor e amigo por correspondência. Nesta segunda fase, Ashton-Smith passa a exercer mais liberdade na estruturação de suas histórias, abordando sem receios temas que teriam escandalizado seu círculo de amigos. Nesta história, em especial, que é considerada como […]

Tradução: Vulthoom (C.A. Smith)

“Vulthoom” é uma noveleta de Clark Ashton-Smith escrita e publicada em 1935 e pertencente ao breve ciclo de histórias marcianas do autor, nas quais geralmente temos o [desastroso] encontro de terráqueos com os perigos e enigmas do planeta Marte, aqui chamado de Aihai. Além de “Vulthoom” este ciclo é composto pelos contos “O Habitante do Abismo” (The Dweller in the Gulf) e “As Criptas de Yoh-Vombis” (The Vaults of Yoh-Vombis), além de um conto chamado “A Muda Marciana” (The Seedling of Mars), no qual não […]

Das Agruras de se Traduzir com Paixão

Há uma grande controvérsia sobre as qualidades necessárias ao bom profissional. Osten­sivamente os manuais de autoajuda não cessam de mencionar a “paixão” como um tal requisito. Todos dizem gostar e querer profissionais que mergulhem com “pai­xão” naquilo que fazem. Na prática o que eu tenho visto ao longo de minha vida pro­fissional é o contrário: os mais bem-sucedidos não são os apaixonados, mas os prag­máticos. Apaixonados tendem a comprometer-se com os resultados, pragmáticos não deixam que os problemas “grudem” em si. A vida profissional é […]

Pegadas no Pó

Original de Clark Ashton-Smith. Traduzido a partir da versão online em Eldritch Dark. …Os antigos magos o conheceram, e lhe deram o nome de Quachil Uttaus. Rara­mente se revela, pois reside além do mais externo círculo, no escuro limbo do tempo e espaço além das esferas. Ter­rí­vel é a pala­vra que o chama, mas tal pala­vra per­ma­­nece impro­­nun­ciada, exceto em pen­sa­men­tos, pois Quachil Uttaus é a última cor­rup­­ção e o ins­­tante de sua vinda é como a pas­sa­gem de muitas eras, e nem a carne […]

O Terceiro Episódio de Vathek, a Fanfic de Ashton-Smith

Foi através da mera citação deste título intrigante que eu fiquei sabendo da existência de Clark Ashton-Smith e de sua relação com H. P. Lovecraft. Na época eu estava lendo vorazmente todos os textos do cânone lovecraftiano e a sua relação com Ashton-Smith me chamou a atenção. Infelizmente, porém, por ser um texto longo e de linguagem rebuscada, demorei muito a empreender sua leitura. Quando terminei, passei dias estupefacto. Em algum momento eu devo publicar neste blogue uma análise da sexualidade mórbida que transpira das […]

Resenha: Vulthoom e o Ciclo Marciano de Clark Ashton-Smith (Sem Spoilers)

Clark Ashton-Smith foi um poeta e autor de ficção fantástica americano, amigo e correspondente de H. P. Lovecraft e de uma penca de outros autores famosos. Apesar de seu inegável talento, passou a maior parte de sua vida na pequena cidade de Auburn, fazendo trabalhos braçais para sobreviver. Morreu em 1961, sem filhos. Sobre sua obra, já escrevi um artigo que seria bom ler antes deste. Vulthoom pertence ao curto ciclo das histórias que Ashton-Smith ambientou em um Marte fantástico que deve muito à concepção […]

O Cenário como Elemento Central da Ficção de Clark Ashton-Smith [2]

Como vimos anteriormente, caro leitor, em nossa análise do conto A Paisagem com Salgueiros, as obras de Clark Ashton-Smith diferem da maior parte da tradição literária ocidental por colocarem em primeiro plano a construção do cenário, a ponto de o autor frequentemente transformar o próprio cenário em um personagem (como no citado conto). Esta não é uma opção exclusiva sua, mas na época em que escreveu ainda eram poucos os autores que compartilhavam desta escolha. Mesmo nos gêneros fantásticos os autores, em sua ampla maioria, […]

O Cenário como Elemento Central da Ficção de Clark Ashton-Smith [1]

Tem-se por inquestionável verdade que a concepção dos personagens é o elemento central da literatura de ficção em qualquer gênero. Sem personagens dotados de credibilidade e de moti­vações a história, por boa que seja, tende a fluir de uma maneira desconexa, de forma que os acontecimentos não apresentam sequencia lógica. Tanto é assim que não é raro que cer­tos personagens adquiram um relevo cultural muito maior do que o das obras em que apa­receram originalmente. Exemplos desse fenômeno são Romeu e Julieta, Hamlet, Cyrano de […]

[Tradução] Abandonados em Andrômeda [10]

Os dois estavam cansados demais de seus trabalhos hercúleos para que pudessem devotar muito tempo e energia à especulações do tipo. Encontraram um lugar abrigado em um ângulo formado pelas paredes e se sentaram. Estavam forçosamente sem comer desde a refeição que lhes fora dada pelos pigmeus ainda de madrugada e parecia não haver possibilidade imediata de encontrar o que comer. Estavam desesperados e não parecia haver nenhuma esperança de aliviar a depressão que envolvia aqueles homens condenados.[…]

[Tradução] Abandonados em Andrômeda [9]

Roverton foi o primeiro a recobrar seus sentidos. Sentindo-se muito fraco e tonto, com os pensamentos e a visão turvados, tentou se sentar e caiu de costas, desamparado. Então, quando seus olhos e mente começaram a clarear, um pouco de força lhe voltou e um segundo esforço foi mais bem sucedido. Seu primeiro pensamento foi no seu camarada, a quem procurou, então. Deming ainda estava onde caíra, em uma posição prostrada e espichada no chão.[…]