Quatro Vezes Amor

O rapaz se aproxima de sua amada à moda antiga, apesar do velho tênis e da calça desbotada. Vem com as mãos nos bolsos e fingindo uma timidez fora de moda, parte do ritual.

— Amor eu preciso lhe dizer uma coisa.

— Sim, querido.

Ele se ajoelha como numa ópera bufa e abre uma caixinha revestida de veludo azul.

— Quer se casar comigo?

A moça pega o objeto e o contempla:

— Nossa, querido! Que lindo! Que lindo! Quatro cores! Amarelo, ciano, magenta e preto!

— Para eu deixar uma impressão duradoura em sua vida.

Duradoura, mas não eterna, ele enfatizara ao pronunciar a palavra.

— Até que a água nos separe ou que os pigmentos se desbotem! Eu digo sim! sim!

Ela insere os quatro cartuchos na impressora, finalmente imprime o seu trabalho de faculdade, depois fazem amor.

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